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Escrito em 07/06/2017

Escolher as escolhas de Deus para nós

Diante da escolha do Pai por nós e nossa família, é preciso também escolhermos a escolha dele e nos dispormos a servi-lo

Dom Moacir Arantes

Dom Moacir Arantes

Bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia

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Escolher é comprometer-se e comprometer os outros!

Ser família e viver como família é um chamado a colocar-se diante da bondade de Deus, que deseja realizar uma obra de santificação e salvação por meio dos relacionamentos familiares. E nesta obra cada pessoa deve comprometer-se como um colaborador de Deus em favor da família, e um colaborador da família em favor da obra de Deus. Diante da escolha do Pai por nós e nossa família, é preciso também escolhermos a escolha dele e nos dispormos a servi-lo na e a partir da família no mundo.

O livre-arbítrio, a liberdade, é o grande dom de amor que Deus concede aos seus filhos e filhas. É um sinal de amor e confiança em quem se ama profundamente, dar-lhe escolhas. E a liberdade é exercida nas escolhas que fazemos diante do que queremos, do que podemos e do que devemos viver e realizar em todos os setores da vida, mas, sobretudo na construção de nossa vida de santidade. É preciso, na liberdade, entender o Projeto de Deus para o escolhermos também como nosso projeto. Projeto de ser pessoa, ser casal, ser família, ser um tipo de pessoa em nossos relacionamentos e nos diversos contextos da vida.

A liberdade leva a escolhas que geram envolvimento e compromisso. Mesmo que estes (envolver-se e comprometer-se) não tenham sido o objeto direto da escolha, tornam-se uma realidade indireta e indefectível da escolha, em vista de alcançar algum objetivo (o que se busca ao escolher). Escolher é comprometer-se e comprometer os outros!

Realizar uma escolha requer da pessoa apenas a liberdade, mas escolher ter um compromisso requer da pessoa: consciência, inteligência e maturidade. Vemos muitos exemplos de pessoas que assumiram compromissos a partir de escolhas que fizeram: sacerdotes, jovens, casais, famílias, etc.

 "Esta é a escolha desafiadora: escolher livremente deixar-se conduzir por Deus. É preciso um amor profundo e uma confiança firme para tal escolha

A escolha fundamental do cristão acontece em vista da felicidade, da vida bem-aventurada, e uma bem-aventurança fundamental encontramos em Mateus 5,4: “Felizes o mansos, porque possuirão a terra”. Ser manso é deixar o outro (Deus e o próximo) se aproximar, interferir, e até mesmo conduzir (em certa medida) a nossa vida. O próximo conduzirá às vezes, mas Deus deve conduzir sempre. Esta é a escolha desafiadora: escolher livremente deixar-se conduzir por Deus. É preciso um amor profundo e uma confiança firme para tal escolha.

Assim, escolher conscientemente CONFIAR a vida (alegria, tristeza, saúde, doença, coisas boas e ruins) e comprometer a própria vontade aos cuidados de Deus e da Igreja, reconhecida como sua mediação, requer uma experiência profunda de fé e de amor.

É importante perceber que Jesus também escolhe, e chama os que escolhe. Ouçamos o convite: “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e fatigados, sob o peso de vosso fardo e eu vos darei descanso. Tomai sobre si o meu jugo, pois o meu peso é leve e o meu fardo suave. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. CONVITE. OFERTA. ENTREGA. COMPROMISSO. Quem recusaria uma oferta destas? Recusaram: o jovem rico, os fariseus, Judas Iscariotes, Pilatos, entre tantos outros.

Assim, escolher um compromisso pode transformar as nossas vidas. O que pode nos impedir de realizar uma escolha a um compromisso que realmente valha a pena? Cinco barreiras:

1ª)  ORGULHO. Impede a gratidão e o reconhecimento do valor do outro, inclusive de Deus. E somente a gratidão e o reconhecimento fundamentam a disposição para se doar, se entregar, se dedicar a algo que não seja apenas o meu interesse.

2ª) CULPA. Diante das limitações que se percebe na própria vida não se consegue sentir-se merecedor do convite, da proposta que lhe é feita.

3ª) MEDO. De decidir e das consequências das decisões. Impede de perceber a grande presença de Deus e que, numa comunidade de irmãos e irmãs, nunca estamos sozinhos em nossas decisões.

4ª) PREOCUPAÇÃO. Com o pensamento dos outros. De não conseguir manter a decisão tomada. De não ser suficiente forte e decisivo para encaminhar o que for preciso. A preocupação é vencida pela CONFIANÇA: Deus é forte! Deus nos levanta! Deus não desiste de nós! Deus nos capacita a partir de nosso esforço! Filipenses 1,6.

5ª) DÚVIDA. Considerar a fé pequena demais. Confundir a fé com entendimento ou conhecimento. Perder-se em questões, perguntas demais e não arriscar. Marcos 9,23-24.

Escolher ter um compromisso com Cristo é escolher abrir o coração. Abrir as portas. As portas da vida, do relacionamento e da família. “Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!”. (S. João Paulo II).

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