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Escrito em 10/09/2018

Os mártires da Igreja

A palavra “mártir” vem do grego mártys, mártyros, que significa testemunha, que chega ao derramamento do próprio sangue

Prof. Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino

Doutor em Engenharia Mecânica. Autor de mais de 70 livros sobre vários temas, incluindo Doutrina Católica

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Imagem dedicada aos 21 mártires cristãos decapitados pelo ISIS na Líbia

A história da Igreja é a dos seus mártires de todos os tempos, aqueles que por amor a Cristo e à Igreja derramaram o seu sangue para não apostatar, não negar a sua fé e não trair Jesus e a Igreja, “Onde a semente do Evangelho foi lançada à terra, teve de ser regada com o sangue dos mártires”. É o exército daqueles que “(...) lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14).

A palavra “mártir” vem do grego mártys, mártyros, que significa testemunha, que chega ao derramamento do próprio sangue. O Papa Bento XVI assim se exprime: “O martírio é a morte voluntariamente aceita por causa da fé cristã ou por causa do exercício de outra virtude relacionada com a fé”.

Assim foi no mundo todo e em todos os tempos. Desde que Cristo ressuscitou, os apóstolos foram perseguidos em Jerusalém; São Tiago e Santo Estevão foram ali martirizados. Do ano 64 até 313, o Império Romano derramou abundantemente o sangue dos mártires: foram mais de 100 mil mortos.

Tertuliano de Cartago (+ 220) escreveu ao imperador Marco Aurélio, em seu Apologeticum, que não adiantava matar os cristãos, porque “(...) o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.

Essa mortandade continuou em muitos países da Ásia, como o Japão, a Coreia etc., e mais tarde com o nazismo, o comunismo, a Revolução Francesa (1789), a Revolução Mexicana (1926), a Revolução Espanhola (1930) até os nossos dias, acontecendo hoje, especialmente, nos países muçulmanos dominados pelo Estado islâmico.

O século XX fez que os cristãos revivessem a era do martírio não mais com anfiteatros e feras, mas em campos de concentração, masmorras solitárias e fuzilamentos. O Papa João Paulo II disse que “Estes 2 mil anos depois do nascimento de Cristo estão marcados pelo persistente testemunho dos mártires. Também este século, que caminha para o seu ocaso, conheceu numerosíssimos mártires, sobretudo por causa do nazismo, do comunismo e das lutas raciais ou tribais” (Bula Incarnationis Mysterium, nº 13).

Do ponto de vista psicológico, o martírio é a prova mais eloquente da verdade da fé, que consegue dar um rosto humano inclusive à morte mais violenta e manifestar a sua beleza mesmo nas perseguições mais atrozes.

Na canonização de um santo, o martírio comprovado e qualificado dispensa a exigência de dois milagres. Normalmente, o processo de canonização tem quatro etapas: servo de Deus, venerável, beato e santo. Para ser beato é necessário um milagre e para ser santo, dois.

Algumas vezes a etapa de beatificação registra tantos milagres que o Papa pode dispensar a prova de um milagre específico; isso aconteceu, por exemplo, com São José de Anchieta, que o Papa Francisco canonizou sem a exigência de um milagre específico, tendo em vista a abundância de seus milagres. Foi beatificado em 1980 pelo Papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo Papa Francisco, ficando conhecido como o Apóstolo do Brasil; em abril de 2015 foi declarado copadroeiro do Brasil na 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

 

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