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Homilias

Escrito em 31/03/2018

Homilia da Vigília Pascal

Esta noite de Páscoa é uma noite de festa. Festejamos a Ressurreição de Cristo, aquela noite do terceiro dia, em que Jesus, como tinha prometido, vencer a morte

Homilia da Vigília Pascal
Fotos: Rudger Remígio

Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

ANO B
Domingo 31 de Março de 2018

Esta noite de Páscoa é uma noite de festa. Festejamos a Ressurreição de Cristo, aquela noite do terceiro dia, em que Jesus, como tinha prometido, vencer a morte, ressuscitando e trazendo consigo todos os que estavam nas sombrias regiões da morte. Celebramos não como um sinal de vingança: mataram Jesus, mas ele é mais forte. Celebramos uma presença viva, uma luz que não se apaga, simbolizada neste círio pascal, que hoje consagramos, e será um dos sinais da presença de Cristo na sua Igreja.

Digo uma dos sinais porque não é o único. Num dos documentos do Concílio Vaticano II, o da reforma da liturgia, fala-se das várias presenças de Cristo na assembleia celebrante. Não o vou ler nem indicar todas as presenças, mas há uma que gostaria de apontá-la: a assembleia celebrante. Nesta noite, aqui reunidos para celebrar as maravilhas de Deus na nossa história, cada um de nós e todos, como comunidade, somos presença de Cristo. 

E desta assembleia celebrante descobrimos várias outras presenças de que Cristo está, de fato, no meio de nós. Diz o texto do Concílio: está no que preside à celebração, não como aquele que domina, ou que manda, mas como aquele que está ao serviço da comunidade reunida, lembrando-se sempre das palavras de Jesus na Última Ceia: Fazei isto em memória de Mim, está na Palavra que se escuta, Deus que se revela, como escutamos na abundante liturgia da palavra desta noite, e na comunhão do Senhor na liturgia eucarística, enquanto esperamos a sua segunda vinda. Mas tudo em função da Igreja que se reúne na sua casa para celebrar – neste nosso caso – a Ressurreição de Jesus Cristo.

Poderão perguntar a que propósito é que vem esta matéria em noite de Páscoa. Eu explico. Porque é da Ressurreição de Jesus que nasce a Igreja. 

Nos dois dias anteriores, mas sobretudo na celebração da Paixão, vimos como a morte de Jesus causou a dispersão dos discípulos. São João, ao contar o pormenor de que depois de Jesus morrer não lhe partiram as pernas, mas que lhe perfuraram o lado de onde saiu sangue e água, dizem alguns autores espirituais que eram símbolos do batismo e da eucaristia. Mas no Evangelho escutamos que o Anjo manda as mulheres irem avisar aos discípulos que se encaminhem para a Galileia, onde Cristo já os esperava.

Ora, se a morte de Jesus é motivo de dispersão, a sua ressurreição e encontro com os discípulos junta-os, não já com o profeta de Nazaré, mas Aquele a quem passam a chamar o Senhor. Juntamo-nos nesta noite porque foi Cristo ressuscitado quem nos convocou. Ele é a luz que acompanha o nosso caminhar como Igreja. Ele é a Palavra que nos toca, o Deus da promessa. Não o Deus das promessas do passado, mas o Deus das viagens ou o Deus dos caminhos por fazer (frei José Augusto Mourão.

Páscoa significa passagem, e nós somos os passageiros. Páscoa significa caminho, e nós somos os peregrinos. Páscoa significa vida nova e nós somos os rebentos que brotaram da árvore da Cruz.

Um dos sentidos da festa cristã é a da sua diferença com os outros dias. No Pequeno Príncipe, de Saint-Exúpery, há uma frase que define bem o sentido da festa, embora apareça para definir o que é um ritual. Esta frase vem no capítulo da conversa entre a raposa e o principezinho. O Pequeno Príncipe não sabia o que era um ritual. E a raposa disse-lhe que era uma coisa que toda o mundo se tinha esquecido. E explicou assim a ele: “um ritual é o que faz com que um dia seja diferente de todos os dias e uma hora, diferente de todas as horas”.

Que a Páscoa que cada ano celebramos tenha este sentido de ritual e de festa : um dia diferente de todos os dias, porque hoje celebramos, na nossa vida, os efeitos da Vida que venceu a morte.

Bem-vindos!

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