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Jovens africanos continuam a sonhar com a Europa. Um sonho que, geralmente, se transforma no pesadelo de uma vida sem futuro em um campo de refugiados.
De acordo com a agência da ONU para refugiados (ACNUR), pelo menos 800 mil congoleses buscaram outros países nos últimos anos. Fogem da violência, da miséria, do desemprego. Suas metas principais são Uganda (240 mil congoleses) e Burundi (80 mil).

Padre Alberto Rovelli, dos Padres Brancos em Bukavu, no Kivu, relata que, para emigrar escondidos dos pais, muitos jovens vendem o que possuem e partem. Em Bujumbura (no Burundi) caem em um enorme campo de refugiados onde milhares de outros jovens também esperam viajar para a Europa, América ou outro país africano. Sem documentos, não podem continuar a viagem. Assim, procuram o que fazer. Ainda de acordo com o padre, “centenas de jovens de Bukavu estão esperando, há mais de dez anos, os documentos falsos para fugir. Muitas vezes, pagam fortunas a atravessadores que, em seguida, somem de vista. Sem destinos, aqueles jovens vivem em desespero”. E conclui: “da República Democrática do Congo não apenas tiramos os minerais sem pagar impostos. Agora roubamos a juventude”.

Revista Mundo e Missão, Março 2019, p. 17.