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Homilias

Escrito em 15/10/2017

Dia do Professor

A Igreja convoca-nos, em nome de Deus, para o Banquete Semanal de cada Domingo e Festas

Dia do Professor
Celebração contou com a presença de professores universitários, de escolas católicas e públicas da região metropolitana

XXVIII Domingo do Tempo Comum A
Is 25, 6-10a Sl 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 6cd ) Fl 4, 12-14.19-20/ Mt 22, 1-10

Não deixar vazio o nosso lugar

Como um pai ou um pedagogo que fala para um filho pequenino, o Senhor desce à nossa linguagem, mentalidade e costumes, para nos explicar as verdades eternas.

Neste 28º Domingo do Tempo Comum serve-se da imagem do banquete para nos ajudar a compreender a felicidade que tem guardada para nós e a responsabilidade que temos na vida presente.

Os grandes momentos e acontecimentos da vida estão marcados pelo banquete, uma refeição melhor e festiva. Celebramos com o banquete o aniversário natalício, o Batismo, a Primeira Comunhão, o casamento e  outras datas memoráveis.

Num banquete, para além da alegria do convívio festivo, toda a espécie de fome e sede são saciadas.

A Igreja convoca-nos, em nome de Deus, para o Banquete Semanal de cada Domingo e Festas. Que acolhimento temos dado a este convite do Senhor que deseja sentar-nos à Sua mesa para nos tornar felizes? 

Isaías dirige-se ao Povo de Deus, recém-regressado do cativeiro de Babilônia, e anuncia no horizonte dos tempos que Deus vai oferecer a todos os povos um banquete na Sua Casa. “O Senhor preparará um banquete e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra”. 

O Senhor preparou para todos os homens o banquete da felicidade, que se realizará plenamente, um dia, no céu. Ali já não haverá sofrimento nem lágrimas (Is 25, 6-10a).

Com o salmista cantamos entusiasmados porque Jesus é o nosso bom pastor, que prepara para nós, no caminhar da vida, um maravilhoso alimento e nos fará repousar na Sua casa para sempre. Na casa do Senhor habitarei eternamente (Sl 22 (23).

São Paulo, na 2ª leitura, dizia que aceitava tudo o que fosse preciso para servir Jesus e os cristãos. Se fosse necessário passar fome, não se queixava. E quando tinha o alimento necessário, agradecia a Deus com simplicidade. Ele próprio dizia: “Sei viver na pobreza, e sei viver na abundância”. Tudo posso naquele que me conforta”.

Às vezes Jesus pode-nos pedir um pequeno esforço, que parece que nos custa, mas no fundo não custa nada, e deixa-nos felizes: alterar os planos do fim de semana para não faltar à Missa de domingo, levantar-se um pouco mais cedo para fazer oração, renunciar a umas horas de descanso para dar catequese ou visitar um doente. 

Às vezes, Deus pede-nos mais, como por exemplo dedicar toda a própria vida ao seu serviço, mas também isso não é nenhum 'sacrifício', é uma oferta livre e alegre, como a de São Paulo.

Gostaríamos de pedir aos pais das crianças da catequese que se comprometam a sério para que os seus filhos venham à Missa todos os domingos. Vir à Missa é um dever das crianças, (como de cada um de nós), mas, mais que um dever, é um direito!

As crianças, por serem batizadas, e por estarem num caminho de formação, que é a catequese, têm o direito de participar na Missa dominical, e não há nada nem ninguém que lhes possa retirar esse direito, nem mesmo o desinteresse ou o comodismo dos adultos.

Hoje, queremos pedir também a Jesus Cristo, por intercessão de sua Mãe que nunca deixemos vazio o nosso lugar, à volta da sua mesa.

E também pedimos que ninguém venha forçado, ou de má vontade, mas com a enorme alegria e honra sublime de poder conhecer e amar Jesus, para um dia podermos estar com Ele, e com o Pai e o Espírito Santo, no banquete do Céu, por toda a eternidade.
O Evangelho nos falou novamente de banquete. 

Jesus contou aos seus discípulos esta parábola, que fala de um rei, que “mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas eles não quiseram ir”. 

“O rei mandou outros empregados, mas eles, não deram a menor atenção: um foi para o seu campo e outro para os seus negócios; os outros agarraram os empregados, bateram neles, e os mataram”.

Esta atitude deixou o rei muito triste, e também nós ofendemos a Deus, quando desprezamos os seus convites, quando não lhe abrimos a porta do nosso coração. Há pessoas que vivem ocupadas nos seus trabalhos, nos seus pensamentos ou nos seus divertimentos, e não respondem com amor ao amor que Deus lhe tem. Não rezam, não procuram estar com Jesus na Eucaristia, não se arrependem dos seus pecados, não pedem ajuda nas dificuldades, fazem da religião uma simples tradição. Deus convida-os, insiste muitas vezes, mas continuam indiferentes. E todos nós podemos cair neste erro! Podemos pensar que vivemos muito bem sem Deus, que já temos preocupações suficientes.  Deus bem pode esperar. 

Certa feita, perguntei a um rapaz, com 15 ou 16 anos, se não gostaria de vir para um grupo de catequese, com outros jovens da mesma idade, para conhecer melhor Jesus e a fé. E ele respondeu que não, nem pensar, porque num dia tinha um treino, no outro dia tinha um jogo, e no dia seguinte uma aula ou outra coisa qualquer. Também nós podemos arranjar desculpas para não amar mais Jesus. Os anos passam, a chama da fé vai diminuindo, o amor arrefecendo, e vamos ficando cada vez mais longe Dele.

E o que perdemos? Perdemos o mais importante, perdemos tudo. Sem Deus, tudo o que temos, não vale nada.

Por isso, na parábola do Evangelho aquela cidade é destruída, como símbolo de que a vida sem Deus, sem o amor de Jesus, é estranha, é triste, é pobre, não tem sentido, não vale nada.

Hoje, queremos responder a Jesus com toda a sinceridade: “Senhor, eu aceito o Teu convite, quero estar contigo, sinto-me tão feliz quando estou junto de Ti, sentado à tua mesa, a ouvir-Te falar, a conversar contigo! A tua Palavra enche-me de luz, o teu Corpo e Sangue, que recebo na Comunhão, enchem-me de força e alegria”. 

E todos nós, graças a Deus, podemos dizer que aceitamos o convite de Jesus, e já estamos com Ele, na sua Igreja. Mas também não basta estar fisicamente, não se pode estar com Jesus de qualquer maneira.

Precisamos trazer a veste “o traje nupcial”, isto é, um coração cheio de amor e contrição. Não podemos estar com Jesus e continuar a ofendê-lo com os nossos pecados. Além disso, não podemos ser frios com Jesus, nem desconfiados, mas simples, disponíveis e livres, para tudo o que Jesus nos pedir.

Com alegria somos convidados pelo Senhor para uma festa que vai durar  toda a eternidade. A Eucaristia é uma antecipação.

É indispensável acolher o convite para este Banquete, para viver em comunhão com Deus. Dessa comunhão resultará, para o homem, a felicidade total, a vida em abundância.

O conhecido escritor francês André Frossard converteu-se um dia ao entrar numa igreja de Paris e ao encontrar ali um amigo. Ao sair já era católico. Não era batizado nem havia recebido qualquer formação religiosa. Começou a aprender a doutrina cristã das mãos dum bom sacerdote e tudo o que ouvia enchia-o de alegria. Só uma coisa o surpreendeu: a Eucaristia. Escreveu: “Não é que me parecesse inacreditável; maravilhava-me que o amor de Deus tivesse encontrado esse meio inaudito de comunicar-se e, sobretudo, que tivesse escolhido o pão, que é o alimento do pobre e o alimento preferido das crianças. De todos os dons postos diante de mim pelo cristianismo esse era o mais formoso” (Deus existe e eu encontrei-O).

Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
Goiânia, 15 de outubro de 2017

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