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Escrito em 02/12/2019 por Fúlvio Costa

Conheça os cinco novos padres que Dom Washington Cruz irá ordenar no sábado, dia 7

Cerimônia de ordenação será no próximo dia 7 de dezembro, às 15h, na Catedral Metropolitana

Imagem Homilias
Fotos: Rudger Remígio

No próximo dia 7 de dezembro, às 15h, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Catedral Metropolitana), a Arquidiocese de Goiânia vai ordenador, sob a imposição das mãos do seu arcebispo, Dom Washington Cruz, cinco novos padres para o serviço da Igreja. É a primeira vez em sua jovem história, que a Arquidiocese ordena cinco padres em uma única celebração.

O Jornal Encontro Semanal conversou com os cinco diáconos e apresenta aqui um pouco de seus caminhos vocacionais, etapa formativa, espiritualidade, vida pastoral, até chegar à tão esperada ordenação presbiteral.

Diácono Diêmersom Bento de Araújo, 27 anos, natural da cidade de Campos Belos (GO).
Lema de ordenação presbiteral: “Ocultar-se e desaparecer” (São Josemaria Escrivá)

Paroquiano da Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Goiânia, seu processo vocacional teve início em 2009, quando sentiu o chamado de Deus em sua vida. Na época, com apenas 17 anos, ele procurou compreender sua vocação. Iniciou os encontros vocacionais na Arquidiocese, que tinha o padre Rodrigo de Castro como responsável pela Pastoral Vocacional. “Fui sendo acompanhado, sempre em oração”. Ele disse sentir um vazio quando bem jovem, que só foi compreendido na caminhada vocacional. Em 2010, ele começou a frequentar o seminário uma vez ao mês, rotina que o levou a conhecer e amar o sacerdócio. “Fui me encantando, cada vez mais, pelas atividades, pelo ofício do padre e também ao vê-los exercer esse ministério com alegria”. 

Diêmersom ingressou no Seminário Propedêutico Santa Cruz em 2011. “Na caminhada, procurei discernir e reafirmar esse sim a Deus pelo meu chamado”, declarou. Em 2017, ele fez o pedido para a Ordem do Diaconado e, em pouco tempo, recebeu a resposta do nosso arcebispo Dom Washington Cruz. “Foi um momento de muita felicidade, de muita alegria, ao mesmo tempo tive certo temor de assumir as responsabilidades desse ministério”, contou. A ordenação diaconal aconteceu no dia 2 de fevereiro de 2018, na Catedral Metropolitana, junto aos os outros quatro diáconos que também serão ordenados sacerdotes no dia 7 de dezembro. Ele já exerceu o ministério diaconal no seminário e na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Senador Canedo, e atualmente no Santuário Sagrada Família.

MENSAGEM AOS VOCACIONADOS
Aos jovens, o futuro sacerdote deixa uma mensagem de esperança e motivação. “No caminho vocacional é preciso entregar-se nas mãos de Deus, confiar nos desígnios que Ele tem para cada um de nós e não ter medo de realmente responder ao seu chamado. Muitas vezes, nós jovens temos medo de um futuro porque ainda é uma fase incerta, sem muitas respostas concretas, e nós queremos uma certa segurança. Mas é fundamental confiar, assim como fiz no meu caminho. Confiei mesmo em meio a muitas dúvidas e crises, e Deus deu a graça da perseverança, da oração, que é o ponto principal do discernimento. Eu não abandonei a oração, procurei sempre a vida de comunidade, estar próximo das pessoas que ajudam e colaboram para o desenvolvimento vocacional. Esse caminho de discernimento leva um certo tempo e o segredo é entregar-se a Deus sem nenhuma reserva”. 

Diácono José Victor Cabral Dutra, 33 anos, natural de Monte Alegre (GO)
Lema de ordenação presbiteral: “Chegou perto dele e, ao vê-lo, moveu-se de compaixão” (Lc 10,33)
Sentido do lema em sua vida: “Esse olhar da misericórdia e compaixão de Deus me atraiu e sou chamado a aplicar dessa misericórdia em tantas pessoas”
 
Sua comunidade de origem é o Santuário Basílica Nossa Senhora da Conceição – Matriz de Campinas. Aos 19 anos, o jovem José Victor começou a despertar para a vocação sacerdotal. Ele também procurou ouvir a voz de Deus que sussurrava em seu ouvido.  Victor lembra que nesse período fez um itinerário de iniciação cristã com a Comunidade Sagrados Estigmas. Conheceu, logo depois, a Pastoral de Rua Filhos da Misericórdia, iniciativa que amadureceu mais seu amor pelo próximo e pela Igreja. O ingresso no Seminário Propedêutico Santa Cruz veio aos 23 anos de idade. “No seminário, com a graça de Deus e com a ajuda dos formadores, pude discernir essa vocação de estar a serviço da Igreja”, disse. Atualmente ele está exercendo o ministério diaconal na Paróquia Santa Cruz, em Aparecida de Goiânia, fazendo as funções do diácono, como atendimento de direção espiritual, celebração das exéquias, visitas aos enfermos, acompanhamento de pastorais, da Pastoral Familiar, dos Ministros Extraordinários da Sagrada Eucaristia e acompanhamento dos jovens.

VOCAÇÃO
O diácono José Victor fez um breve relato do sentido da vocação sacerdotal para a sua vida. “É um caminho de felicidade, é acreditar que Deus tem o melhor para nós e ter essa certeza e essa coragem de abrir mão de alguns bens que são passageiros e oferecem prazeres momentâneos. Isso é  acreditar numa realização e sentir felicidade plena àquilo que Deus nos chama. Desejo aos jovens coragem, entusiasmo para descobrir e discernir o projeto de Deus para cada um. Desejo, também,por meio de um projeto de vida pleno, de felicidade, de realização, essa coragem de abrir mão de alguns bens passageiros para ir em direção à meta da felicidade que jamais irá passar”.


Diácono Thiago Martins Borges, 31 anos, natural de Petrolina de Goiás
Lema: Contudo, que não seja a minha vontade, mas a tua (Lc 22,42)
Sentido do lema em sua vida:  “Lembro-me do momento em que o Senhor estava no Getsêmani, em agonia. Ele buscou em Deus a força. Nos meus momentos difíceis, eu sempre busquei em Deus a força. Fazer a vontade d’Ele não é fácil, é exigente, mas me ajuda a ser santo, a ser melhor neste mundo”.

O processo de formação cristã de Thiago começou com os Missionários Redentoristas. A motivação, porém, da sua vocação é o Bom Pastor. “Jesus Cristo que cuida das ovelhas. Eu sempre tive esse desejo de cuidar das pessoas, sobretudo aqueles que estão abandonados”, afirmou. O diácono Thiago faz questão de agradecer a Arquidiocese de Goiânia que tanto contribuiu em sua caminhada vocacional. Hoje, ele atua como diácono na Paróquia Nossa Auxiliadora, em Senador Canedo, e ajuda também na Quase-Paróquia Madre Teresa de Calcutá.

"Há tantas realidades que o mundo oferece que atrapalham esse estar atento a Deus e precisamos por meio da oração, da escuta da palavra, estarmos sempre com o olhar voltado para Deus por que Ele tem muitas coisas boas para nós

PROCESSO VOCACIONAL
Sobre o processo de discernimento vocacional, Thiago diz que há muitos desafios, mas ressalta que todos eles podem ser superados. “Deus vai agindo na vida da gente. Vamos nos abrindo a esse processo e Ele vai mostrando as graças que vão acontecendo, as pessoas que também vão aparecendo em nossas vidas, que vão nos ajudando, nos fortalecendo. Vale a pena seguir Jesus Cristo, anunciar o reino d’Ele. Nossa primeira vocação é a vida. Nós temos um porquê de existir nesse mundo e cada jovem precisa sempre estar atento ao que Deus quer e ouvir a voz d’Ele. Há tantas realidades que o mundo oferece que atrapalham esse estar atento a Deus e precisamos por meio da oração, da escuta da palavra, estarmos sempre com o olhar voltado para Deus por que Ele tem muitas coisas boas para nós. Temos que ter sempre o olhar fixo n’Ele”, testemunhou.

Diácono Marcos Paulo Vilela de Assis, 28 anos, natural de Anápolis-GO 
Lema: A minha alegria é fazer a vossa vontade, Senhor (Sl 40, 8) 
Sentido do lema em sua vida:  “A alegria de servir é o que mais me encanta na vida consagrada. Um consagrado alegre manifesta a presença de Deus. Uma pessoa pode até fazer a vontade de Deus sem alegria, mas jamais vai transmiti-la plenamente”.

Em 2009, Marcos Paulo participou de um retiro de jovens e foi neste momento que ele começou a despertar para a fé. No retiro, ele sentiu um impulso para a sua conversão pessoal e então se interessou mais pela Igreja. Embora esse encontro com o Senhor seja renovado todos os dias, seja por meio da convivência com os irmãos, na eucaristia, e na paróquia, o início de tudo é muito importante para a caminhada vocacional. “A partir desse retiro senti-me amado por Deus, tocado por Ele e então senti a necessidade de entregar a minha vida”, comentou. Em 2009, ele estudava matemática na UFG, mas não concluiu o curso porque o chamado de Deus foi mais forte. “Deixei os estudos e ingressei no Seminário Santa Cruz. Em 2018, diácono Marcos Paulo foi ordenado diácono com os outros irmãos e agora se prepara para a ordenação sacerdotal. Atua como diácono no Setor Juventude e na Paróquia São João Batista.

DESAFIOS VOCACIONAIS
São muitos os desafios no processo de discernimento e amadurecimento vocacional. Diácono Marcos Paulo nos falou um pouco das alegrias e tristezas ao longo desses anos formativos. “Nós mesmos somos o mais difícil na caminhada. Lidar com nossas barreiras espirituais, humanas, afetivas e vencer tudo isso. Curar as feridas, superar limites e traumas é a parte mais difícil, mas as alegrias estão principalmente no serviço às pessoas, na colaboração às famílias e em suas dificuldades, quando estamos com as pessoas doentes, enlutadas, tudo isso nos traz alegria. O contato com a juventude também é muito positivo e me leva a experimentar vitalidade, a valorizar o empenho de cada um e estar com as pessoas, e tudo isso me preenche”.


Diácono Vilmar Barreto, natural de Anápolis-GO
Lema: Se tu queres, Jesus, eu também quero” (Beata Chiara Luce) 

Vilmar veio para Goiânia em 1994. De família católica, ele tem origem na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Jardim Nova Esperança. Um primo ingressou no seminário com nove anos de idade e essa atitude foi a primeira motivação em sua caminhada vocacional. Quando Vilmar fez 14 anos de idade, o desejo de ser sacerdote cresceu, mas foi somente aos 23 que ele fez sua primeira experiência com os Padres Salesianos. Naquela época, as correspondências eram feitas por meio de cartas e e-mails e ele deveria ter ido a uma experiência vocacional em Belo Horizonte (MG), mas acabou não dando certo. Em Goiânia, ele começou os encontros vocacionais quando o formador no seminário era Padre Waldemar, hoje Dom Waldemar, que foi bispo auxiliar de Goiânia e hoje é bispo de Luziânia (GO). “Em 2010 eu tinha 30 anos de idade e nesse período participei de três encontros vocacionais. Pedi a Dom Waldemar que meu processo de caminhada vocacional fosse diferente e ele concordou. É que antes do seminário eu tinha uma vida empresarial, modelo de vida totalmente diferente, mas sempre tive essa moção interior sobre o sacerdócio, sempre tive esse bom olhar para o ministério sacerdotal”. Vilmar está exercendo o ministério diaconal na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim das Oliveiras, em Senador Canedo.

"Acredito muito no tempo de Deus, mas eu decidi num tempo em que Deus também permitiu que eu pudesse decidir. Isso não é vocação tardia, mas sim a decisão tardia da minha parte, porque Deus sempre chama e independentemente da idade é importante buscar sempre fazer a experiência

NÃO EXISTE VOCAÇÃO TARDIA
Aos 39 anos de idade, o diácono Vilmar diz que não existe vocação tardia. “Até o nome vocação tardia é errado espiritual e vocacionalmente falando, porque a decisão pode ser tardia, mas o sentimento do sacerdócio está sempre ali. Acredito muito no tempo de Deus, mas eu decidi num tempo em que Deus também permitiu que eu pudesse decidir. Isso não é vocação tardia, mas sim a decisão tardia da minha parte, porque Deus sempre chama e independentemente da idade é importante buscar sempre fazer a experiência”, explicou. Àqueles que sentem o chamado de Deus, diácono Vilmar diz que sempre há tempo para uma resposta. “Busque fazer a experiência do discernimento junto à Arquidiocese. Procure a Pastoral Vocacional. O bonito da experiência é que, depois, nós temos convicção do querer da Igreja também, então é muito mais acertada essa nossa resposta, ao acreditar que a Igreja tem a autoridade para falar qual é a nossa vocação, pelo poder do Espírito Santo, e nós temos a liberdade de aceitá-la”. Ele ainda afirmou qual é o significado da vocação, isto é, da resposta à vocação sacerdotal dada a Deus. “O sacerdócio é para mim uma realização da vontade de Deus em mim e da minha vontade no querer de Deus. Tudo começa do querer de Deus, mas eu fui vendo e respondendo aos pequenos sinais, e amando cada vez mais a Igreja”.

 

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