Pastoral do Dízimo

Conhecer, cuidar, partilhar, evangelizar. Foram muitos os verbos usados pelo padre Tom Viana, SSP, para explicar a Pastoral no Dízimo, tema da formação que ele orientou na noite de quinta-feira (25), no Centro Pastoral Dom Antonio (CPDA), na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Catedral). Participaram do encontro cerca de 50 pessoas da própria paróquia e de outras comunidades vizinhas. 

Em sua exposição, o religioso explicou que dízimo precisa deixar de ser tabu, tema distante da vida das comunidades. Mas para isso, é fundamental investir em formação. “Só se ama aquilo que se conhece verdadeiramente”, pontuou. Nas palavras do “Padre Paulino”, o dízimo só deixará de assustar quando for compreendido como compromisso. “As pastorais do dízimo precisam formar os dizimistas. Não devemos nos limitar a falar apenas em dinheiro. Precisamos estar junto dos dizimistas formando sobre a Palavra de Deus, a liturgia, a catequese”, sugeriu.

“Que tal, por exemplo, em vez de Celebração do Dízimo, fazer em um domingo do mês a Celebração da Gratidão?”, continuou. Sim, a palavra dízimo, por uma série de fatores que vão além das fronteiras da Igreja Católica, assustam as pessoas. Por isso, de acordo com padre Tom, o caminho é levar os dizimistas ou potenciais dizimistas, que são os membros de toda a comunidade a conhecer essa indispensável dimensão pastoral da nossa Igreja. “Formação, formação, formação. Não há outro caminho. A Pastoral do Dízimo pode evangelizar, promover retiros com os dizimistas, rezar com eles. Por que não? Porque só falar de dinheiro?”, declarou.

O formador ainda explicou que, por ser o dízimo uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis por meio da qual cada comunidade sustenta a Igreja, é preciso tratar os dizimistas muito bem da mesma forma que o bom vendedor treinado faz ao receber o cliente. “Isso é conciliar o marketing na evangelização, isto é, promover valores humanos aos modos de Jesus”, disse padre Tom, relacionando o dízimo ao marketing, uma de suas áreas de formação. 

Metodologia

Por fim, ele elencou uma série de métodos que precisam ser observados pela Pastoral do Dízimo para que a sua atuação tenha êxito na comunidade: transparência, que é dar a conhecer os frutos do dízimo; credibilidade, cumprindo o que foi prometido e promovendo a participação de cada dizimista na história da comunidade; liderança, buscando o relacionamento aproximado do agente da Pastoral do Dízimo com os dizimistas, bem como dividindo as tarefas na pastoral aos agentes a partir do seu dom e habilidade para determinadas atividades; responsabilidade, que é a dedicação às tarefas, assumindo as iniciativas propostas.

Para Carla Mosconi, membro do Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, a formação foi um momento importante de conhecimento sobre a importância do dízimo para a comunidade. “Consegui entender que o dízimo é essencial para a Igreja e para a sociedade, por isso, acredito que é fundamental conscientizar as pessoas sobre o tema”, disse. 

A vice-coordenadora da Pastoral do Dízimo na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, do Setor Nova Suíça, Márcia Aparecida Lima da Costa, afirmou que conscientizar sobre o dízimo é muito importante porque “tudo o que está ligado à essa dimensão da Igreja, interage com as demais pastorais”. 

"Esse encontro foi um presente que ganhamos de uma pessoa muito capaz que nos abriu um horizonte diferente da visão que nós tínhamos do dízimo

O esclarecimento que trouxe padre Tom sobre a dimensão do dízimo que tem o papel de cuidar das pessoas foi o que mais chamou a atenção de Luiz Cláudio do Nascimento Cavalcanti, da Pastoral da Comunicação (Pascom), da Paróquia Coração de Maria, no Setor Central. “É muito bom saber que o dízimo, que é a força motriz das nossas comunidades, está sendo tratado com muito carinho. Aos poucos perde aquela característica bastante conhecida de só pedir, para aquela que contribui sempre mais para que os fiéis possam se conscientizar e assim ajudar muito mais pessoas de forma objetiva e direta”. 

O pároco da Catedral, mons. Daniel Lagni, viu a formação como um impulso para que a Pastoral do Dízimo possa desenvolver suas atividades na comunidade paroquial com consciência sobre aquilo que está propondo aos demais irmãos. “Esse encontro foi um presente que ganhamos de uma pessoa muito capaz que nos abriu um horizonte diferente da visão que nós tínhamos do dízimo que é também aproximação com as pessoas, fraternidade, comunhão, partilha, solidariedade. Eu espero que possamos agora desencadear um novo processo de conscientização para chegarmos a uma maior participação dos nossos irmãos na fé com a sua contribuição sistemática, ordinária e fraterna”.