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Homilias

Escrito em 04/04/2021

Homilia do Domingo de Páscoa

Homilia do Dia de Páscoa,
ANO B
Catedral, 04/04/2021
Atos 10, 34a.37-43/ Sl 117 (118), 1-2.16ab-17.22-23/ Col 3, 1-4/ São João 20, 1-9   

Estamos celebrando a festa das festas, a Ressurreição gloriosa de Jesus.

São Pedro, na primeira Leitura, em casa do centurião Cornélio, proclama a ressurreição de Jesus.

O salmo anima-nos a louvar as maravilhas do Senhor:  “Este é o dia que o senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos”.

Maria Madalena foi, com outras mulheres, ao túmulo de Jesus, bem de madrugada.

À entrada do sepulcro, representa o nosso pranto diante da morte, mas sobretudo, a nossa  procura de Jesus Ressuscitado, a procura de um sentido completo e definitivo para a Vida, a procura de uma amizade que não passa, a única capaz de preencher o coração, de dar Vida à nossa Vida.

Em busca dos sinais da morte, Maria Madalena topa e encontra-se com a plenitude da Vida.

Viu o Senhor... o Ressuscitado. E a sua vida se enche de alegria Cristo Ressuscitou! Não está mais preso à lei da morte. É constituído Filho de Deus, pelo Espírito Santo, em todo o seu Poder. É Aquele que já não pode mais morrer. Aquele que está vivo e vive para sempre.

Onde está hoje, ó morte, a tua vitória? O drama de Maria Madalena regressa em cada esquina, e também agora neste tempo da Páscoa, pois nem sempre é fácil distinguir o triunfo do fracasso. E o momento que estamos atravessando, talvez, seja um deles.
A vida parece dominada pela morte, e isto a vários níveis.

1. A vida do mundo, quando subsistem ou se avolumam os problemas ecológicos e ambientais de toda a ordem, e os que produzem o lixo tentam empurrá lo para diante do nariz dos pobres, longe de suas moradias.

2. A vida humana, quando alguns continuam a arrogar se o direito de se fazerem seus donos - ou pelo aborto, ou pela pena de morte, ou pelas armas químicas, ou pelas guerras, ou pela eutanásia.
 
Ou com a situação clamorosa que estamos vivendo de uma pandemia que já ceifou a vida de 400.000 mil brasileiros.
 
3. A vida espiritual, quando os valores éticos e morais parecem obsoletos, e os defensores das causas mais destruidoras da dignidade humana e das suas conquistas, presumem arvorar se em campeões do progresso e da liberdade.
 
A Ressurreição de Cristo é a proclamação da vitória da Vida. Apesar dos sinais da morte.

Na ressurreição de Cristo, apercebemo-nos que o nosso mundo está possuído por um “fermento de vida”: “Senhor que dá a Vida”.

É o Dom do Ressuscitado. O fruto por excelência da Páscoa de Cristo. O Espírito Santo dará Vida aos nossos corpos mortais (Rm 8,11) e vencerá todas as formas mortais e mortíferas de vida... Animados por este Espírito, “Senhor que dá Vida”, defendemos a

Vida como causa de Deus e por causa do Homem. Por isso continuamos a apostar na vida. Porque gostamos de viver.

Porque desejamos que a vida se prolongue cada vez mais para todos, em qualidade e em plenitude. Porque Cristo ressuscitou. E, como fruto da sua Páscoa, nos deu precisamente o Espírito Santo.

O Apóstolo João foi ao sepulcro com Pedro, para comprovar o que as mulheres diziam. “Ele Viu e acreditou”.

O Senhor apareceu às mulheres naquela manhã de Páscoa, apareceu aos discípulos de Emaús na tarde daquele dia. Apareceu à noite aos onze apóstolos no Cenáculo.

Ele está também aqui, agora, no meio de nós como há dois mil anos. Está vivo e ressuscitado. A Páscoa é a festa da alegria. É a vitória de Jesus sobre a morte, sobre o pecado, sobre o demônio.
Vamos encher a nossa alma da Sua luz e da alegria pascal que nos trouxe. Avivemos a nossa fé. Abramos os olhos para reconhecê-lo.

A Páscoa é uma festa tão grande que a celebramos todas as semanas. Cada domingo é dia de Páscoa, é dia de Jesus ressuscitado. É o dia do Senhor, como exprime a palavra domingo.
 
O domingo tem de ser para nós o dia de Jesus ressuscitado, que nos enche de esperança e de coragem para enfrentar os trabalhos e agruras da semana. Há  de ser dia de oração mais intensa: na missa bem vivida, na leitura meditada da palavra de Deus, no rosário na igreja ou em família.

Há de ser dia de caridade mais vivida, visitando os doentes, os idosos, os familiares, ou dando mais atenção aos filhos ou aos pais.

Há de ser dia de descanso, evitando os trabalhos pesados. Sem deixar que as divesões ocupe o lugar que pertence a Deus ou aos outros.

Contava alguém a história de um jovem que não faltava à missa. Fernando estava já nos finais do curso médio. O pai lhe disse: como tiraste boas notas, comprei-te uma espingarda e domingo podes vir à caça comigo, para ver se matas alguma perdiz ou alguma lebre.

No domingo de manhã o jovem levantou-se cedo e disse: Pai, vou à missa, porque à tarde pode não haver nenhuma. Quando eu voltar iremos para a caça.

Deixe de beatices, foi a resposta do pai, e vamos já embora. Deixa dessas tolices que te meteram na cabeça.

O rapaz olhou para o pai e, com respeito, mas também com coragem, disse-lhe: Papai se é tolice o terceiro mandamento da Lei de Deus, que manda santificar os domingos, também será uma tolice o quarto, que manda honrar pai e mãe. E o jovem tinha razão!
Em cada domingo vamos carregar as baterias, encher de combustível o depósito da nossa alma. Junto de Jesus ressuscitado, que ficou conosco pelos tempos afora, na Eucaristia, vamos encher-nos de energias para viver essa vida nova que nos trouxe pela Sua morte e ressurreição.

Em cada domingo vamos encontrar a nossa comunidade, para afinarmos o rumo da nossa vida, para corrermos mais animados em direção à meta que nos espera. Enchamo-nos de esperança e de coragem. Ofereçamos os nossos trabalhos, as nossas penas e alegrias a Deus pelas mãos de Jesus.

Toquemos em Seu corpo, como os apóstolos, contemplemos as Suas chagas, reafirmemos a certeza de vencer com Ele o pecado e o demônio, nas tentações de cada dia, enchendo-nos da Sua força para levarmos uma vida de santidade.

O domingo é dia do descanso. “Graças ao descanso dominical, lembra São João Paulo II, em sua carta apostólica o Dia do Senhor, as preocupações e afazeres cotidianos podem reencontrar a sua justa dimensão: as coisas materiais, pelas quais nos afadigamos, dão lugar aos valores do espírito; as pessoas com quem vivemos, recuperam no encontro e diálogo mais tranquilo a sua verdadeira fisionomia: as próprias belezas da natureza, frequentemente malbaratadas por uma lógica de domínio, que se volta contra o homem, podem ser profundamente descobertas e apreciadas” (O dia do Senhor, 67).

Saibamos organizar os programas de domingo, evitando tudo o que pode afastar de Deus.

No dia de Páscoa as mulheres que foram ao túmulo de manhã cedo receberam o encargo de anunciar a ressurreição do Senhor.

Primeiro dos anjos, depois do próprio Jesus, que lhes apareceu no caminho.

Os discípulos de Emaús sentiram também a necessidade de irem comunicar aos amigos a aparição de Jesus, que, sentado à mesa, repetira o milagre da Última Ceia. Apesar de terem de fazer uma longa viagem pela noite dentro. Porque a sua alegria não cabia no seu coração.

Que bom se todos os cristãos sentissem a mesma alegria em cada missa e a necessidade de transmiti-la aos seus amigos. Não ficariam tantos e tantos sem a Santa Missa. Vamos abrir os olhos neste dia de Páscoa, como aqueles discípulos.
Vamos encher-nos de fé e de amor ao Senhor, para que a Sua alegria penetre em nossos corações e a possamos transmitir aos outros com entusiasmo.

O mundo, que pôs a sua segurança nas riquezas materiais, precisa do anúncio da verdadeira felicidade que só Cristo ressuscitado lhe pode trazer. As riquezas são inseguras, como temos verificado neste ano de pandemia.
Com o exemplo de nossa fé e de alegria, e a nossa palavra cheia de vibração, temos de levar os que nos rodeiam ao encontro de Cristo ressuscitado.

A Igreja felicita Maria neste tempo pela ressurreição de Seu Filho. Que Ela nos encha de alegria pascal para celebrar com mais fé e entusiasmo a Sua presença viva na Eucaristia.

 

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