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Homilias

Escrito em 18/09/2018

Homilia na ordenação presbiteral dos diáconos Adnilson, Pedro Mendonça e Rodrigo Lacerda

Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, “o sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são um só e mesmo Sacrifício” (CIC n. 1367).

Homilia na ordenação presbiteral dos diáconos Adnilson, Pedro Mendonça e Rodrigo Lacerda

“Todos nós devemos gloriar-nos na Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo...”. (Gl 6, 14). Com estas palavras de São Paulo aos Gálatas, começamos o canto de entrada desta Eucaristia da Festa da Exaltação da Santa Cruz. Precisamente isto é o que fazemos em cada celebração da Santa Missa. A Missa torna presente o sacrifício da Cruz.

Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, “o sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são um só e mesmo Sacrifício” (CIC n. 1367). O Prefácio da Missa de hoje nos faz rezar: “Pusestes no lenho da Cruz a salvação da humanidade, para que a vida ressurgisse de onde a morte viera. E o que vencera na árvore do paraíso, na árvore da Cruz fosse vencido”. Sim, irmãos: o mundo precisa da Cruz, sinal da doação derradeira, da redenção compadecida, e da salvação graciosa do Senhor.  

Prezados irmãos bispos, padres, diáconos, seminaristas, familiares.

Queridos ordinandos.

Irmãos e irmãs:

Talvez, nos dias atuais seja ainda mais difícil entender a mensagem da cruz. Por um lado, a oferta de facilidades cria um mundo de fantasias e a ideologia do ter, do poder e do prazer recusam a linguagem da cruz; por outro lado, a imposição injusta e imoral do sofrimento e de cruzes sobre os mais pobres e vulneráveis pode nos deixar confusos sobre a profunda mensagem da Cruz. Saber discernir, abraçar com amor e anunciar a Cruz de Cristo, portanto, supõe maturidade espiritual, capacitação humana e afetiva, preparo intelectual, teológico e catequético e, sobretudo, despojamento e conversão pessoal.

Queridos ordinandos, hoje, dia de solenidade da exaltação da Santa Cruz, lhes é confiada a mensagem da Cruz, para que possam oferecer esperança ao mundo. Vocês são constituídos mensageiros de Cristo crucificado. Não se anunciem nunca a si mesmos; anunciem unicamente Jesus Cristo, pelo qual abraçaram o sacerdócio. Não ofereçam ao mundo sua própria sabedoria; pelo seu ministério presbiteral atuem como instrumentos da sabedoria, do amor e dos méritos redentores de Jesus crucificado. Porque, como nos recorda São Paulo, “nós anunciamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas poder e sabedoria de Deus para os chamados” (1 Cor 1, 23-24).

Quão grande é a bondade do Senhor para conosco! Apesar de sermos vasos de barro (2 Cor 4, 7), Ele nos olhou  com amor e nos chamou cada um por seu próprio nome para que sejamos mensageiros da verdade da Reconciliação de que tanto necessita o mundo de hoje. Sejamos sempre humildes, como o foi Cristo na Cruz.

Reconheçamos em todo momento a nossa própria indignidade, mas ao mesmo tempo, esforcemo-nos cada dia, em ativa cooperação com a graça para nos tornarmos um pouco menos indignos de nossa vocação, de tal maneira que com a nossa vida tornemos credíveis ao mundo o Amor do Crucificado.

Queridos Irmãos ordinandos: Meditem hoje e por todos os dias de suas vidas as palavras que  dirigirei em breve a cada um de vocês, quando lhes  entregar a patena e o cálice: “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da Cruz do Senhor”.

Seu ministério sacerdotal será santo e fecundo na medida em que, proclamando a Cruz de Cristo, se esforcem por viver sempre com generosidade o amor gratuito de quem se ofereceu a si mesmo por nós no altar da Cruz; de quem é ao mesmo tempo sacerdote, altar e  vítima; daquele em cujo nome falarão e atuarão ao exercerem o ministério sacerdotal que agora receberão para sempre.

Pomos estas ordenações nas mãos e no Coração Imaculado e Doloroso de Nossa Senhora, Mãe dos Sacerdotes e modelo de vida serviçal.  Pedimos que - como São João, apóstolo e evangelista -, acolham esta Mãe das Dores dentre as pessoas mais queridas de suas vidas e amem a Nossa Senhora com os afetos mais nobres de seus corações.

Se a amarem terna e filialmente, Ela saberá forjar seus corações segundo o modelo do Senhor Jesus, seu Divino Filho, e os ensinará sempre a guardar os bens que Ele adquiriu no Calvário para a reconciliação do mundo.

Prezados irmãos e irmãs; Hoje, nossa querida Igreja arquidiocesana está recebendo um grande presente de Deus: três novos padres, que se somam na grandiosa, exigente e desafiante missão evangelizadora, para o bem e a salvação do Povo de Deus. Jesus, o supremo pastor, tem amor, carinho e compaixão pelo seu povo. Por isso, chama-nos para os serviços e ministérios, desejando ardentemente que todos os seus discípulos missionários abracem a sua cruz e o sigam.

O olhar amoroso de Jesus um dia também fitou nos olhos, no coração e na vida do Adnilson, do Pedro e do Rodrigo. Já eram conhecidos e amados por Deus ainda no ventre de suas mães. Deus plantou em suas vidas um dom especial, despertado por um chamado, respondido com um Sim pessoal e capacitado ao longo de um itinerário formativo. Abraçaram com amor a cruz de Cristo e, com esforço e com a graça do Senhor, chegaram ao dia de hoje. Enfrentaram provações, interrogações interiores e barreiras que tiveram que superar. Mesmo com algumas lágrimas e dificuldades, perseveraram no caminho e experimentaram a alegria do encontro com Cristo. Pedem, agora, para serem ordenados presbíteros, abraçando com amor a Cruz de Jesus, sinal de entrega da própria vida para a salvação de muitos. Isso enche o coração da Igreja de alegria e de esperança.

Agradeço aos pais e demais familiares  dos ordinandos. Agradeço, de coração, ao Pe. Reitor do Seminário, aos demais membros do Conselho de Formação, aos professores do Instituto Santa Cruz e a todos os sacerdotes, aos seus pais e principais benfeitores de nossos seminários, ao Cura da Catedral, Mons. Daniel Lagni, e a todos quantos que, de uma maneira ou de outra, os ajudaram em sua formação. Guardem sempre muita gratidão por todos eles.

Por ocasião do encerramento do Ano Jubilar dos Seminários, agradeço a todos os envolvidos na intensa programação de atividades e nas muitas realizações desse ano jubilar. Que tudo isso, se for da vontade de Deus, ajude a termos, ainda, muitas outras ordenações sacerdotais e muitos bons padres em nossa Arquidiocese. Aos queridos jovens aqui presentes, peço que ao olhar para esses jovens padres sintam-se encorajados a perguntarem  para si próprios se Jesus não está também a chamá-los para serem padres os religiosas.

Queridos Adnilson, Pedro e Rodrigo, sinto-me muito feliz e agradecido a Deus por tê-los, doravante, integrados ao presbitério de nossa querida Arquidiocese. Vocês nos ajudam a rejuvenescer as energias pastorais da Igreja e enchem o futuro de esperanças. Obrigado pela fraterna amizade sacramental que nos une, pela comunhão efetiva e afetiva que tem para comigo, pelo Sim que dizem com as suas vidas. Parabéns pela perseverança na longa travessia de discernimento vocacional e de formação para o ministério presbiteral. Desejo-lhes, de coração, que sejam padres alegres, felizes e realizados com a própria vocação e com a sua missão. Rezem pelo seu bispo. Rezarei todos os dias por vocês. Rezemos diariamente por esses jovens padres e por todos os padres da Arquidiocese e do mundo. Amém.

Bem-vindos!

Bem-vindos!

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